Nem tudo que treme é Parkinson

Quando sentimos um tremor em nosso corpo, é natural que nossa mente instantaneamente associe isso ao Parkinson. No entanto, é fundamental compreender que há uma variedade de condições que podem causar tremores, e nem todos os tremores indicam a presença da Doença de Parkinson.

O tremor essencial é uma das principais condições a serem consideradas nas síndromes tremulantes. Este tipo de tremor pode se manifestar de forma independente, sem outros sinais de Parkinsonismo, e muitas vezes apresenta características distintas do tremor associado à Doença de Parkinson. Este tem uma tendência mais à simetria entre os dois lados do corpo, ocorre normalmente "em ação" quando realizamos tarefas específicas como escrever ou carregar um copo e, em muitos casos, ocorre desde a infância e adolescência. As vezes há uma natureza familiar do quadro, ocorrendo em um dos pais ou sendo visto nos irmãos.

Além do tremor essencial, existem outras condições que podem causar tremores, como distonia e tremor fisiológico (causado por ansiedade, cafeína, frio ou exercício físico).

Portanto, se você notar um tremor em seu corpo, é essencial consultar um neurologista para uma avaliação completa e precisa, para determinar a causa subjacente e desenvolver um plano de tratamento adequado.

Nem todo Parkinson treme

É um equívoco comum acreditar que todos os pacientes com Parkinsonismo apresentam tremores. Na realidade, alguns pacientes com quadros de Parkinsonismo, incluindo a Doença de Parkinson, podem preencher os critérios diagnósticos mesmo na ausência de tremor.

A Doença de Parkinson apresenta uma ampla variedade de apresentações clínicas. Enquanto o tremor é um sintoma característico para muitos pacientes, outros podem manifestar-se predominantemente com rigidez muscular, lentidão nos movimentos ou instabilidade postural, entre outros sinais.

É importante reconhecer que o Parkinsonismo não se limita a um único tipo de sintoma. Existem diferentes formas de apresentação da doença, desde formas mais tremulantes até formas predominantemente rígidas e acinéticas. Cada paciente é único, e o tratamento deve ser adaptado às necessidades individuais, levando em consideração a apresentação clínica específica de cada caso.

Portanto, se você ou um ente querido foram diagnosticados com Parkinsonismo, mas não apresentam tremor, saibam que isso não é incomum. O acompanhamento médico adequado e o tratamento personalizado podem ajudar a gerenciar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.